Fabio Barbosa, recém-empossado na presidência do grupo Santander no Brasil, disse que o processo de integração no País dos ativos da instituição com os do Banco Real, adquiridos no ano passado, será longo, gradual e não estão nos planos atuais do banco espanhol trocar a marca do Real pela do Santander e implantar um programa de demissão voluntária. “Não há planos de demissão para os funcionário do Real nem da Aymoré (financeira do banco).” Até a conclusão do processo de consolidação, as companhias continuarão independentes no que diz respeito ao atendimento ao cliente. “Nada muda para os clientes, que continuarão a ser atendidos pelas suas estruturas atuais. O que mudou é que os bancos hoje têm o mesmo acionista” , afirmou Barbosa, ontem, durante a divulgação do relatório social de 2007 da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), comandada também pelo executivo.

Os detalhes da integração dos bancos no Brasil serão apresentados no final de outubro e o processo deverá durar cerca de três anos e gerar ganhos com sinergias em torno de US$ 766 milhões até 2010, quando o grupo espanhol prevê um lucro de US$ 3,78 bilhões no País, segundo disse no início de julho o principal executivo do Santander para a América Latina, Francisco Luzón, que ressaltou também a inexistência de um plano de demissão e de descarte da marca do Real, já que uma pesquisa estava em curso para embasar uma decisão do banco sobre essa questão.

Juntos, Santander e Real têm mais de 55 mil funcionários, 8 milhões de correntistas e 500 mil clientes empresas no Brasil, segundo informou o banco espanhol. Com a integração, passa de um percentual entre 4% e 7% do mercado brasileiro, em ativos e depósitos, para algo entre 12% e 13%. A instituição também passa a ser a terceira maior do País em número de agências e postos de atendimento bancário, com 3.972, atrás apenas do Banco do Brasil (5.205) e do Bradesco (4.064) e à frente do Banco Itaú Holding Financeira, com 3.383.

Sustentabilidade
Entre as questões que trataram da integração do Real com o Santander, o presidente da Febraban, em rara aparição pública após ter assumido o comando das operações do banco espanhol no País, no final de julho, conseguiu expor aos poucos os dados mais relevantes do relatório social do setor, durante a coletiva de imprensa realizada ontem. A pesquisa com 29 bancos mostra que os investimentos sociais e culturais totalizaram R$ 1,12 bilhão em 2007, com leve queda em relação aos R$ 1,15 bilhão do ano anterior.

A entidade ainda está avaliando os motivos da redução, que foi influenciada principalmente pela diminuição do volume de recursos destinados às áreas de cultura e preservação do patrimônio cultural, de R$ 250,5 milhões em 2006 para R$ 81,3 milhões no ano passado, e esporte, de R$ 113 milhões para R$ 36,9 milhões, respectivamente. Os investimentos que ganham mais peso, e se mantêm constantes ao longo de mais de uma década em que a entidade elabora esse tipo de levantamento, têm sido os direcionados para educação, que somaram R$ 404,8 milhões em 2007, entre os programas de combate ao analfabetismo, educação escolar, cursos profissionalizantes e projetos de apoio às universidades e universitários. O valor superou em R$ 101,1 milhões o investido no ano anterior. No total, a área social recebeu R$ 801,6 milhões no ano passado e mais R$ 246 milhões envolveram projetos de incentivo fiscal. Já os programas ambientais receberam R$ 259,1 milhões no ano passado.

Fonte: Gazeta Mercantil

Abrir bate-papo
1
Escanear o código
Fale com a ACAT